Eleições e a Constelação Familiar
- Ana Paula Klein
- 17 de out. de 2018
- 2 min de leitura

As propostas do plano de governo de seu candidato estão em equilíbrio com as Leis Sistêmicas da Constelação Familiar?
São propostas inclusivas ou excludentes?
Respeitam nossos ancestrais índios, negros e imigrantes ou os discrimina? Respeita as diferenças e promove aceitação ou o extermínio do diferente? Há igual valorização de homens e mulheres ou desqualificação?
Bert Hellinger disse, em um Seminário no Brasil, em 2012, que enquanto a população brasileira também excluir os povos de origem, nosso país continuará a ser ingovernável. Quem são aqueles que vieram primeiro, antes de o Brasil ser instituído como nação soberana? Os índios. E quem veio depois e ajudou a formar o país como conhecemos hoje? Os portugueses e africanos.
Na constelação trabalhamos com princípios básicos, chamado pelo Hellinger de Leis Sistêmicas. O direito ao pertencimento (Hellinger e Hovel, 1996) é uma lei que regula o funcionamento dos nossos sistemas familiares e também, os sistemas maiores, como um país.
No nosso sistema individual quando não reconhecemos e honramos a vida que veio através de nossos pais, avós, bisavós, sofremos com diversas consequências que podem variar de acordo com as dinâmicas sistêmicas de cada núcleo familiar (a vida não flui, o relacionamento amoroso não prospera, insatisfação na profissão, sintomas, dificuldades financeiras, entre outros...)
Ao olharmos para uma nação, precisamos então reconhecer quem veio primeiro, e dar um lugar para cada um deles, para cada fato, acontecimento... dessa forma, nos sintonizamos com a história do país e podemos juntos seguir adiante. Quando não damos um lugar, não reconhecemos o valor e a importância de nossos antepassados, ficamos presos e condicionados a reproduzir situações, crenças, padrões e comportamentos... O olhar com respeito para o passado permite um futuro diferente. Não será mais preciso revivermos aquilo que foi difícil e teremos a força para irmos adiante. O respeito às nossas origens (entre outras ações sociais concretas*) podem transformar o contexto social.
Agora observe o que te move a escolher entre um ou outro candidato...
São interesses individuais ou coletivos? Como esse candidato se posiciona em relação àqueles que vieram antes (índios, negros, imigrantes)? É possível avançar como nação promovendo exclusão, discriminação, e desvalorização? Essa escolha é baseada no medo ou na confiança?
O que essa escolha diz de você e de seu sistema familiar?
Pare, respire, ocupe seu lugar.
Observe seu contexto e de seu entorno. Todas as nossas escolhas e ações influenciam o todo....
Na política olhamos para um contexto maior... um sistema amplo e complexo.... veja para qual direção você caminha...
*esse texto não tem a intenção de fazer uma análise sócio-histórica da situação política do país, pois há muitos elementos que devem ser considerados para tanto. Há um limite teórico da linguagem e dos conceitos das constelações familiares utilizadas aqui apenas como uma proposta para reflexão.
Referências:
Hellinger e Hovel (1996). Constelações Familiares, reconhecimento das ordens do amor. Editora Cultrix, São Paulo.