Constelação Familiar pode fazer mal?
- Ana Paula Klein
- 11 de set. de 2024
- 2 min de leitura

Questionamentos sobre a Constelação fazer mal ou prejudicar a saúde mental tem surgido e alguns esclarecimentos precisam ser feitos.
A Constelação é uma abordagem terapêutica que tem como objetivo identificar padrões inconscientes que afetam a vida da pessoa, e busca ampliar a visão sobre a origem sistêmica de problemas e sofrimentos.
Como qualquer abordagem terapêutica, deve ser conduzida com responsabilidade por profissionais qualificados, atualizados e éticos. A falta de regulamentação (há um projeto de lei em andamento) traz uma vulnerabilidade à prática, pois qualquer pessoa pode conduzir uma Constelação e qualquer pessoa pode oferecer um curso de formação que às vezes não atende critérios mínimos de conteúdo e carga horária. Entretanto, mesmo com uma formação adequada nos deparamos com profissionais ruins em todas as profissões, há inúmeras denúncias de atuações danosas ou antiéticas de médicos, psicólogos, entre tantos outros profissionais.
Com a Constelação pode ocorrer o mesmo problema que qualquer outra oferta de serviços, você pode encontrar profissionais excelentes, bons, medianos e outros despreparados e mal qualificados. A possibilidade de algum prejuízo ocorre somente quando quem está conduzindo a sessão não tem a capacitação adequada, e não pela existência de conceitos teóricos da Constelação Familiar que possam gerar algum mal para as pessoas.
Essa é uma distinção importante. Quando um médico tem uma conduta criminosa ninguém questiona a medicina, e sim o profissional. Por isso é fundamental que antes de agendar uma Constelação você verifique: onde o profissional se capacitou, há quantos anos trabalha com essa abordagem, se tem referências de amigos ou outros profissionais, se têm experiência no campo terapêutico para manejo de situações delicadas, se demonstra disponibilidade para o cuidado pós sessão caso seja necessário.
Quando a Constelação é conduzida de forma adequada, com respeito ao tema exposto e cuidado às emoções que surgem, traz benefícios emocionais, comportamentais e melhora significativa nas relações.
Em geral a abordagem pode ser utilizada para a maioria das pessoas, mas não é recomendado em casos de transtornos mental grave, desequilíbrio psíquico ou cognitivo, crianças, ou sob pressão/coação como alguns relatos em que foi ofertado no sistema judiciário, mas a pessoa não conhecia a técnica e não estava emocionalmente disponível para uma sessão terapêutica com a profundidade que um bom trabalho pode proporcionar.
Qualquer trabalho terapêutico que mobiliza questões emocionais pode gerar algum tipo de desorganização, por isso ter a certeza que o profissional escolhido é competente e tem capacidade técnica para manejar essas situações é fundamental.